
Acordamos nos sentindo deslocados. Como se duas grandes interrogações pairassem sobre nossas cabeças. Não havia um sorriso em nossos rostos antes de a consciência nos atingir? Estamos arrependidos. É isso. Não deveríamos ter ido tão longe. Penso em Gustavo. Tenho a impressão de que ele também pensa em alguém. Mas em quem, Santiago? Percebo então que não conversamos sobre nossos ex. Pulamos este inconveniente assunto. Ele se levanta. Põe a roupa no corpo. Eu espero que ele entre no banheiro para fazer o mesmo. "Acho melhor eu ir", ele diz ao abrir a porta. Ainda posso ouvir o som da descarga. O que houve, afinal? Não o impeço. "Ok", é tudo o que digo, já me dirigindo à porta. "Não precisa abrir. Eu vou sozinho." Ele não me dá nem um beijo na testa ao anunciar isso.
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