Corro para janela, cansada de vagar pelo apartamento sem destino. Espero que o telefone toque. Em vão gasto minhas expectativas com o impossível. Não quero pensar no que ocorreu, no entanto, minha mente não consegue largar você, meu amigo. Vou direto para o momento em que ouvi a derradeira notícia. “Ele não resistiu.” Não fui mais a mesma desde então. Há quantas horas observo o nada da rua? Não sei mais o que são horas. Minutos? Segundos? Tempo demais sem você em minha vida. O telefone nunca foi tão inútil. Que toque. Nunca será você do outro lado da linha, me dizendo, com aquelas mesmas palavras sorridentes de sempre. Vamos sair? “Oui, ma chere, oui”. Nunca fumei tanto quanto nesses dias.

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