no amanhecer de uma noite turbulenta

Algo se quebrou dentro de mim novamente. As lembranças que não apareciam há meses voltaram para me assombrar e não é medo que instalam, é dor. Não sei bem se a palavra certa para denominar a causa seja saudade. Estou com um nó danado na garganta. Isso eu sei explicar. É choro entalado, que eu insisto em evitar para não voltar àquele tempo de tristeza, embora não consiga. A danada da infelicidade absoluta já se instalou e não resta nada a não ser lhe dar meus cumprimentos. Olá, dias de tormenta! Quanto tempo não os vejo por aqui. Santiago dorme, um sono pesado, sem fazer a mínima ideia de que sua namorada não conseguiu pregar os olhos desde que ouviu dele um "boa noite". Já amanhece e hoje seria o aniversário de quem não está mais ao meu lado, mas se não está mais presente, por que ainda insisto em manter seu número gravado em meu telefone? Há essa ansiedade contaminando meus dedos para pressionar a tecla send, mesmo ciente de que ninguém irá atender. Faço uma trança esperando que o sono chegue, enfim. Não chega.