
Agora sei o que me impedia de entrar nesse buraco: meu instinto de auto-preservação. Essa noite foi uma máquina do tempo. Eu voltei ao passado, mesmo ciente de que isso não me faria bem. "Saudades de você, Juliana Biagi.", diz-me ele com um sotaque italiano falso. Surpreendo-me ao reencontrá-lo após tanto tempo. Logo ali? "Ah, oi.", minha voz soa baixa demais. Ele não ouve minhas palavras. Seus olhos me cercam. Não consigo me afastar. "Fala que sente minha falta também?", pede ele ao sussurrar no pé de meu ouvido. Ah, como sua voz grave lança borboletas em meu estômago. Difícil não dizer o que quer com um sorriso. Embora seja mentira. Não lembrei dele até vê-lo ali. Ele acaricia meu rosto. Meu sorriso lhe foi um convite. Sua pele toca a minha e eu esqueço do mundo. Não estou mais sozinha. Encosto minha cabeça em seu ombro e amoleço. Olha só como sou carente! "Saudades de você também, Santiago." Um beijo no rosto, leve, quase inexistente, aumenta a saudade. Um encontro que se perpetua.
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